quarta-feira, 6 de abril de 2011

SÉRIE COLÔNIA NOSSO LAR - REUNIÃO DE 06.04.2011


As mensagens da Colônia Nosso Lar, recebidas semanalmente, por orientação da Espiritualidade, Dr. André Luiz sugeriu-nos que publicassêmos separadamente.

Durante o Evangelho no Lar que antecede o início do trabalho, cuja leitura é realizada abrindo-se aleatoriamente o Evangelho Segundo o Espiritismo, lemos hoje trecho do Capítulo XIV, item 9:

INSTRUÇÕES DOS ESPÍRITOS
A ingratidão dos filhos e os laços de família
9. A ingratidão é um dos frutos mais diretos do egoísmo. Revolta sempre os corações
honestos. Mas, a dos filhos para com os pais apresenta caráter ainda mais odioso. E, em
particular, desse ponto de vista que a vamos considerar, para lhe analisar as causas e os
efeitos. Também nesse caso, como em todos os outros, o Espiritismo projeta luz sobre um
dos grandes problemas do coração humano.
Quando deixa a Terra, o Espírito leva consigo as paixões ou as virtudes inerentes à
sua natureza e se aperfeiçoa no espaço, ou permanece estacionário, até que deseje receber a
luz. Muitos, portanto, se vão cheios de ódios violentos e de insaciados desejos de vingança; a
alguns dentre eles, porém, mais adiantados do que os outros, é dado entrevejam uma partícula
da verdade; apreciam então as funestas conseqüências de suas paixões e são induzidos a
tomar resoluções boas. Compreendem que, para chegarem a Deus, lima só é a senha:
caridade. Ora, não há caridade sem esquecimento dos ultrajes e das injúrias; não há caridade
sem perdão, nem com o coração tomado de ódio.
Então, mediante inaudito esforço, conseguem tais Espíritos observar os a quem eles
odiaram na Terra. Ao vê-los, porém, a animosidade se lhes desperta no íntimo; revoltam-se à
idéia de perdoar, e, ainda mais, à de abdicarem de si mesmos, sobretudo à de amarem os que
lhes destruíram, quiçá, os haveres, a honra, a família. Entretanto, abalado fica o coração
desses infelizes. Eles hesitam, vacilam, agitados por sentimentos contrários. Se predomina a
boa resolução, oram a Deus, imploram aos bons Espíritos que lhes dêem forças, no momento mais decisivo da prova.
Por fim, após anos de meditações e preces, o Espírito se aproveita de um corpo em
preparo na família daquele a quem detestou, e pede aos Espíritos incumbidos de transmitir as
ordens superiores permissão para ir preencher na Terra os destinos daquele corpo que acaba
de formar-se. Qual será o seu procedimento na família escolhida? Dependerá da sua maior ou
menor persistência nas boas resoluções que tomou. O incessante contacto com seres a quem
odiou constitui prova terrível, sob a qual não raro sucumbe, se não tem ainda bastante forte a
vontade. Assim, conforme prevaleça ou não a resolução boa, ele será o amigo ou inimigo
daqueles entre os quais foi chamado a Viver. E como se explicam esses ódios, essas repulsões
instintivas que se notam da parte de certas crianças e que parecem injustificáveis. Nada, com
efeito, naquela existência há podido provocar semelhante antipatia; para se lhe apreender a
causa, necessário se torna volver o olhar ao passado.
Ó espíritas! compreendei agora o grande papel da Humanidade; compreendei que,
quando produzis um corpo, a alma que nele encarna vem do espaço para progredir; inteiraivos dos vossos deveres e ponde todo o vosso amor em aproximar de Deus essa alma; tal a
missão que vos está confiada e cuja recompensa recebereis, se fielmente a comprirdes. Os
vossos cuidados e a educação que lhe dareis auxiliarão o seu aperfeiçoamento e o seu bemestar futuro. Lembrai-vos de que a cada pai e a cada mãe perguntará Deus: Que fizestes do
filho confiado à vossa guarda? Se por culpa Vossa ele se conservou atrasado, tereis como
castigo vê-lo entre os Espíritos sofredores, quando de vós dependia que fosse ditoso. Então,
vós mesmos, assediados de remorsos, pedireis vos seja concedido reparar a vossa falta;
solicitareis, para vós e para ele, outra encarnação em que o cerqueis de melhores cuidados e
em que ele, cheio de reconhecimento, vos retribuirá com o seu amor.
Não escorraceis, pois, a criancinha que repele sua mãe, nem a que vos paga com a
ingratidão; não foi o acaso que a fez assim e que vo-la deu. Imperfeita intuição do passado se revela, do qual
podeis deduzir que um ou outro já odiou muito, ou foi muito ofendido; que um ou outro veio
para perdoar ou para expiar. Mães! abraçai o filho que vos dá desgostos e dizei convosco
mesmas: Um de nós dois é culpado. Fazei-vos merecedoras dos gozos divinos que Deus
conjugou à maternidade, ensinando aos vossos filhos que eles estão na Terra para se
aperfeiçoar, amar e bendizer. Mas oh! muitas dentre vós, em vez de eliminar por meio da
educação os maus princípios inatos de existências anteriores, entretêm e desenvolvem esses
princípios, por uma culposa fraqueza, ou por descuido, e, mais tarde, o vosso coração,
ulcerado pela ingratidão dos vossos filhos, será para vós, já nesta vida, um começo de
expiação.
A tarefa não é tão difícil quanto vos possa parecer. Não exige o saber do mundo.
Podem desempenhá-la assim o ignorante como o sábio, e o Espiritismo lhe facilita o
desempenho, dando a conhecer a causa das imperfeições da alma humana.
Desde pequenina, a criança manifesta os instintos bons ou maus que traz da sua
existência anterior. A estudá-los devem os pais aplicar-se. Todos os males se originam do
egoísmo e do orgulho. Espreitem, pois, os pais os menores indícios reveladores do gérmen de
tais vícios e cuidem de combatê-los, sem esperar que lancem raízes profundas. Façam como o
bom jardineiro, que corta os rebentos defeituosos à medida que os vê apontar na árvore. Se
deixarem se desenvolvam o egoísmo e o orgulho, não se espantem de serem mais tarde pagos
com a ingratidão. Quando os pais hão feito tudo o que devem pelo adiantamento moral de
seus filhos, se não alcançam êxito, não têm de que se inculpar a si mesmos e podem
conservar tranqüila a consciência. A amargura muito natural que então lhes advém da
improdutividade de seus esforços, Deus reserva grande e imensa consolação, na  certeza  de
que se trata apenas de um retardamento, que concedido lhes será concluir noutra existência a
obra agora começada e que um dia o filho ingrato os recompensará com seu amor. (Cap. XIII, nº 19.)
Deus não dá prova superior às forças daquele que a pede; só permite as que podem ser
cumpridas. Se tal não sucede, não é que falte possibilidade: falta a vontade. Com efeito,
quantos há que, em vez de resistirem aos maus pendores, se comprazem neles. A esses ficam
reservados o pranto e os gemidos em existências posteriores. Admirai, no entanto, a bondade
de Deus, que nunca fecha a porta ao arrependimento. Vem um dia em que ao culpado,
cansado de sofrer, com o orgulho afinal abatido, Deus abre os braços para receber o filho
pródigo que se lhe lança aos pés. As provas rudes, ouvi-me bem, são quase sempre indício de
um fim de sofrimento e de um aperfeiçoamento do Espírito, quando aceitas com o
pensamento em Deus. E um momento supremo, no qual, sobretudo, cumpre ao Espírito não
falir murmurando, se não quiser perder o fruto de tais provas e ter de recomeçar. Em vez de
vos queixardes, agradecei a Deus o ensejo que vos proporciona de vencerdes, a fim de vos
deferir o prêmio da vitória. Então, saindo do turbilhão do mundo terrestre, quando entrardes
no mundo dos Espíritos, sereis aí aclamados como o soldado que sai triunfante da refrega.
De todas as provas, as mais duras são as que afetam o coração. Um, que suporta com
coragem a miséria e as privações materiais, sucumbe ao peso das amarguras domésticas,
pungido da ingratidão dos seus. Oh! que pungente angústia essa! Mas, em tais circunstâncias,
que mais pode, eficazmente, restabelecer a coragem moral, do que o conhecimento das causas
do mal e a certeza de que, se bem haja prolongados despedaçamentos dalma, não há
desesperos eternos, porque não é possível seja da vontade de Deus que a sua criatura sofra
indefinidamente? Que de mais reconfortante, de mais animador do que a idéia que de cada
um dos seus esforços é que depende abreviar o sofrimento, mediante a destruição, em si, das
causas do mal? Para isso, porém, preciso se faz que o homem não retenha na Terra o olhar e
só veja uma existência; que se eleve, a pairar no infinito do passado e do futuro. Então, a justiça infinita de Deus se vos patenteia, e esperais com paciência, porque
explicável se vos torna o que na Terra vos parecia verdadeiras monstruosidades. As feridas
que aí se vos abrem, passais a considerá-las simples arranhaduras. Nesse golpe de vista
lançado sobre o conjunto, os laços de família se vos apresentam sob seu aspecto real. Já não
vedes, a ligar-lhes os membros, apenas os frágeis laços da matéria; vedes, sim, os laços
duradouros do Espírito, que se perpetuam e consolidam com o depurarem-se, em vez de se
quebrarem por efeito da reencarnação.
Formam famílias os Espíritos que a analogia dos gostos, a identidade do progresso
moral e a afeição induzem a reunir-se. Esses mesmos Espíritos, em suas migrações terrenas,
se buscam, para se gruparem, como o fazem no espaço, originando-se daí as famílias unidas e
homogêneas. Se, nas suas peregrinações, acontece ficarem temporariamente separados, mais
tarde tornam a encontrar-se, venturosos pelos novos progressos que realizaram. Mas, como
não lhes cumpre trabalhar apenas para si, permite Deus que Espíritos menos adiantados
encarnem entre eles, a fim de receberem conselhos e bons exemplos, a bem de seu progresso.
Esses Espíritos se tornam, por vezes, causa de perturbação no meio daqueles outros, o que
constitui para estes a prova e a tarefa a desempenhar.
Acolhei-os, portanto, como irmãos; auxiliai-os, e depois, no mundo dos Espíritos, a
família se felicitará por haver salvo alguns náufragos que, a seu turno, poderão salvar outros.
- Santo Agostinho. (Paris, 1862.).


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O AMOR DE DEUS, OXIGÊNIO DAS ALMAS MISSIONÁRIAS! - ANDRÉ LUIZ


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